quinta-feira, 22 de setembro de 2011

DIA 18 - Bariloche













Hoje dei um tiro forte. Sai da Carretera Austral, atravessei a fronteira e vim parar em Bariloche. Foram 230 km de ripio na Carreteira mais quase 400km de asfalto. Sai as oito e meia de Puyuape, com cinco graus, gelo em cima da moto. Ontem e hoje cedo ainda tive a chance de ver uns golfinhos na pequena bahia do porto da cidade. Segui até Santa Lúcia, onde a estrada bifurca desde Chaiten e para a Argentina. Estava um dia de sol sem uma nunvem. Consegui ver a paisagem que no primeiro dia, saindo de Chaiten, estava bem encoberto pelas nuvens. Como disse é outra estrada e com o tempo nublado a paisagem tambem tinha seu valor, com jogos de luz entre nuvens iluminando as montanhas. A estrada no norte realmente é melhor que para o sul. Fica para outra oportunidade passar uma noite em La Junta. Cheguei em Santa Lucia por volta de meio dia, mas nao entrei para a Argentina. Aproveitei o dia e segui até Puerto Cardenas para ver mais da estrada que perdi no primeiro dia com a chuva. Vi enfim o Glaciar Yelche e o lago de mesmo nome. Tambem passei pela montanha que estava com neve e a moto passou de lado no gelo, mas agora quase sem neve, o que quer dizer que tive uma grande oportunidade de vê-la daquele jeito e que no verao a estrada nao tem a menor graca. Foram 60km ida e volta, mas valeu a pena. Finalmente, retornei a Santa Lucia e virei a esquerda rumo à Argentina (77km ate Fulateufu, ultima cidade do Chile). A estrada inédita é linda tambem, com lagos, rios, montanhas, bosques etc, mas ruim tambem. As tres horas estava entre o Chile e a Argentina depois de 10km de asfalto desde Futaleufu ate a fronteira. Dei por concluida e bem sucedida a viagem a Carretera com cerca de 2000km rodados. Depois da fronteira mais 30 de ripio ate a primeira cidade Argentina onde encontrei tres motoqueiros do sul do Brasil (Bento Goncalvez) que iam pegar a Carreteira (sai um, chegam tres). Trocamos algumas idéias e boas sortes para cada lado e seguimos caminho. Em Esquel conheci um senhor, hermano de ruta, que me deu algumas dicas de estrada. As cinco estava atravessando a Ruta-040, montanhas a esquerda e a planície patagonica a direita e a estrada com retas quilométricas a frente. Nao teve muito vento como esperava. As seis entrei no vale que vai dar no parque nacional da regiao dos lagos andinos. A estrada que já havia percorrido na viagem a Ushuaia mantem o visual das montanhas da Carretera, inclusive com os bosques verdes (na patagonia sao substituídos pela vegetacao rala, seca e pedras). A imagem que tinha de oásis no deserto do vale só nao foi confirmada por causa da cinza dos vulcoes (sao dois, parece) que deixou tudo meio opaco. Cheguei a Bariloche as 8:30. Foram 12 horas na moto, sem almoco (em Futaleufu estava tudo fechado - hora do almoco). Consegui um hotel bom e barato, banho quente. Só falta agora a janta.