quarta-feira, 27 de março de 2013

Dia 15 - bônus

O plano era sair de Posadas e dormir em Caxias. Não deu certo (mais ou menos). Primeiro atrasamos para sair, trocando o pneu da moto do Guillermito. O pneu off-road estava se despedaçando pela pista. Chegamos na estrada às 10:30. Depois perdemos a balsa de volta ao Brasil. A ultima sai às 11:30. Tivemos que esperar a próxima, às 14:00, em San Xavier (120km de Posadas). Almoçamos e decidi conhecer a Missão de São Gabriel. Estamos na região das missões jesuíticas. Nos separamos, Guillermito foi direto para Caxias. Eu calculei uma chegada por volta de 21:00 (cerca de 550km). À tarde fui às ruínas e lavei a moto. Daqui a pouco vou ver o show luzes e sons que acontece nas ruínas. A cidade é bem estruturada. Assim vou ficar mais um dia na estrada, amanhã almoço em Caxias e à tarde chego em Canoas, a base final.

terça-feira, 26 de março de 2013

Dia 14 - Posadas

O circulo se fechou. Voltamos para Posadas com quase 7.000 km percorridos. Estradas boas, calor e sem chuva. Aliás, depois de Tarija, ou melhor, de La Paz (carretera da muerte), não pegamos mais chuva. Essa era uma preocupação, principalmente nas estradas de terra e, mais ainda, nos salares. Deu para ver das marcas nos atoleiros que com chuva, deve ser muito mais difícil de passar. Só fui ver uma nuvem no céu de novo na saída do Deserto de Dalí. Demos sorte, afinal, enquanto acompanhava o tempo na Bolívia antes da viagem começar, estava chuvendo quase todo dia, com previsão de 40% de chuva para os dias de viagem. Agora vamos sair para comer uma parrilla com uns colegas que conhecemos na ida da viagem.

Dia 13 - Chaco argentino

Saímos tarde do Passo Jama, 9:00hs. Depois de 200km ainda na paisagem de montanha, frio e ar rarefeito, fiz pela terceira vez a quebrada das montanhas arco-iris e, em menos de 100Km até Jujuy, descemos de 4.200 m.a.n.m para 700m. Em um total de 570km, dormimos em Monte Quemado, já no chaco argentino com 300 m.a.n.m. As roupas de frio voltaram para as bolsas. As estradas estão sendo recuperadas, mas ainda tem uns 50km antes de Monte Quemado com buracos e deformações no asfalto.

Dia 12 - Deserto de Dali e Passo Jama



Hoje fez abaixo de zero à noite (em Tambo Quemado também). Saímos tarde, 9:00hs, depois de revisar as motos (a minha tinha perdido o clip da emenda da corrente, por sorte a corrente não desmontou). Passando a Villa, viramos à direita, a única indicação que deveríamos virar era uma placa de propaganda do governo Evo. Subimos e descemos cerros com córregos congelados e pastos verdes com llamas. Não existem mais plueblos até o fim da Bolívia. Logo chegamos ao Deserto de Dalí com montanhas coloridas. Passamos por pequenos salares até a Laguna Colorada (80km). Da lá passamos geisers e termas até a Laguna Verde (100km) e mais 5km até a migración boliviana. Detalhe: a aduana está entre as Lagunas Colorada e Verde, saindo da estrada principal por 5km. A estrada é nítida, não há duvida no trajeto, mas é pedreira, muita pedra solta, areia e facões. A paisagem é fantástica, outro planeta. Em um momento qualquer, [paramos um carro para tirar dúvidas da estrada. Vi um monte de gente lá dentro, turistas, sentadas coladas umas nas outras e lembre quando visitei a região em um excursão na minha primeira viagem à Bolívia nestas condições. Realmente, precisava fazer o passeio de novo de moto. E desta vez o percurso ainda foi diferente, então conheci os dois lados do deserto. Chegamos ao Chile (depois de tanto encostar nele durante a viagem, entramos finalmente). Pegamos a estrada do Passo Jama, para mim, pela terceira vez. Uma continuação do Deserto de Dali no Chile, só que no asfalto. Pegamos muito frio e vento (80km/h), fizemos os procedimentos de fronteira e entramos na Argentina. Vamos dormir na fronteira.

Dia 11 - No meio do deserto

Ontem chegamos com as motos recobertas de sal. O Guillermito lavou logo a moto, que estava dando uma pane elétrica. A minha joguei uma água e mais um pouco hoje de manhã. Na última hora veio a dúvida se na fronteira teria a casadinha migración-aduana para sairmos da Bolívia. Fomos conferir e, parece, que a aduna é feita perto da Laguna Colorada, enquanto a migración fica na fronteira mesmo. Entre uma coisa e outra (ainda fomos comprar mais gasolina para colocar em garrafas pet), pegamos a estrada às 9:00h. Estrada de terra larga e boa até. A idéia era dormir em Villa Alota (150km), mas chegamos lá ao meio dia. Seguindo os mapas e o GPS continuamos na mesma estrada (mais 50km). Paramos no Chile! Em um posto aduaneiro no fim do mundo, no meio de vulcões nevados, salares e muito vento. Isso porque não conseguimos encontrar a estrada que, seguindo a cordilheira, nos levaria a Laguna Colorada. Compramos um pouco de gasolina com alguém que tinha em casa. Voltando, procurando a estrada à Laguna, encontramos um guia boliviano que não só indicou a estrada (180km), como avisou que ela estava em péssimo estado. Não conseguiríamos então chegar à Laguna. Voltamos à Alota! Daí conseguimos mais gasolina (muita sorte), enchemos o tanque e várias garrafas. Partimos então para outro caminho, seguindo a dica do guia, e fomos parar em Malku Villa Mar à 50Km. A estrada pior, mais estreita, com costelas e bolsões de areia. Ficamos em uma pousada “cinco estrelas”, a melhor até agora e mais cara. Na Bolívia o caro é relativo. A gasolina de 5 a 10 bolivianos o litro (menos de um Real a pouco mais de dois – depende se conseguimos com preço nacional ou para estrangeiro - sobretaxa). As pousadas variando desde 60, 340 até 530 Bolivianos (10, 50 e menos de 100 Reais para os dois). As refeições de 10, 45 a 90 bolivianos (individual).


sexta-feira, 22 de março de 2013

Dia 10 - Uyuni




Hoje foi o dia mais esperado da viagem – Salar de Uyuni. Saímos 8:00h de Coipasa (continua a mais receptiva). Voltamos à estrada que logo virou para o campo de sal em um local próximo a uma salina. O piso do salar não é homogêneo. Nas suas margens tem água, às vezes como um espelho d’água sobre o sal, mas quase sempre como um atoleiro, uma massa escura sob o sal. No meio tem o sal liso ou irregular, ou como uma retícula com formas geométricas, ou ainda montes, quase lâminas, de sal solto ou compacto como pedra. Atravessamos o Salar de Coipasa, surgiu a expressão: faça seu caminho. Sem estrada, caminho marcado, nada. Apenas um morro de referência do outro lado onde deveríamos chegar pelo sal. Saímos do sal rumo a LLica, já no Uyuni. Estrada ruim com muita costela. Chegamos a Llica às 12:00hs. Conseguimos comprar gasolina (mercadinho), água e algo para comer. Para sair ou entrar em um salar é meio copmplicado, tem que achar o caminho certo ou atola. E aí se perde um certo tempo. Nessa, o placar-vaca está 1X2 (Guillermito tombou no atoleiro que circunda o salar). Fomos seguindo a estrada (marcas no sal) até que me deu conta que não era isso, tínhamos que entrar naquele deserto branco, desgarrando da nossa referência visual das margens. Como tinha estudado a geografia antes da viagens (obrigado Google Earth) logo reconheci a Isla del Pescado, entre outros marcos. Apontamos as motos para lá, cerca de 70km e aceleramos. De repente estávamos no meio do sal, este seco e plano. Na Isla tive que conferir com bússola e mapa a próxima parada, outra isla, mas bem turística, cerca de 40km. Nela paramos, comemos algo. Aí já era possível ver o outro lado do salar (antes não se via). Novamente bússola e mapa, marcamos um ponto na paisagens e nos dirigimos para ele. No caso um pueblo que é a saída do salar. Seguimos mais 120km, mas agora alternando água, irregularidade do terreno e marcas eventuais de pneus. Eventuais porque fizemos nosso caminho, da isla seguem inúmeras rotas marcadas no sal. Não tem como se perder (ou não). Como estava muito fácil, tentamos ir para a cidade de Uyuni sem passar pela saída normal do salar. Pegamos água, toleiros e tivemos que voltar para a saída. Aí quase demos espetáculo para os turista na chegada, novamente pegando o caminho mais difícil. Por fim, fora do salar, mais 40km de estrada ruim e chegamos a Uyuni às 18:00. Atravessar o salar foi uma experiência especial, com certeza está entre os melhores trechos que já fiz de moto. O risco é menor do que esperava. Gasolina, água, GPS, mapa e bússola, um estudo prévio do local e pronto! Só não pode vacilar. Na cidade mais dificuldade para conseguir gasolina, mas enchemos o tanque para amanhã continuar no deserto. Hoje, para compensar ficamos em um bom hotel, com direito a banho quente de primeira!

Dia 9 - Salar de Coipasa




Saímos apenas às 9:00. Tivemos que reequipar as motos, tirá-las do beco. Ainda tomamos um esporo de uma senhora. Parece que o beco era a entrada da casa dela. Então ela ficou presa em casa até sairmos. O café da manhã foi no quarto com o que tínhamos comprado na noite anterior. Em frente ao alojamento uma fila de caminhões se formou, com eles buzinando à La Paz, para entrar no Chile. Depois de desviar dos caminhões entramos na estrada do dia com destino à Huachacalla. Neste trecho o GPS não tinha as estradas de terra. No início estrada ampla, 80-100km/h, ainda dentro do parque Sajama. Depois de Chachacomani começou a piorar até Macaya, mas o visual era incrível. A estrada tem uma sinalização com indicação dos destinos básica, tivemos que parar muito para olhar mapas e pedir informações. No percurso não cruzamos com um veículo, encontramos pouquíssimas pessoas, mesmo nas vilas, quase tudo deserto. Passamos por Cruzani onde a estrada chegou no seu ponto pior, perto de dunas e de um salar pequeno, quase sumia. Depois chegamos a Juni onde chega uma estrada nova de terra, terraplanada. Depois passamos por Khotasi e Khea Kheani onde parei para me informar, pois há um entroncamento, direto segue para Sabaya, à esquerda para Huachacalla, com quilometragem menor. Depois de 4:30h e 140 km chegamos ao nosso destino. Não tinha gasolina na cidade, a indicação de posto no mapa estava certa, mas o mesmo está desativado. Partimos para Sabaya a 30km, da estrada ainda víamos as montanhas de Sajama enquanto atravessávamos um pequeno salar. Compramos gasolina, inclusive enchemos garrafas, para partir para o deserto, afinal ainda era 16:00. Planejamos ir até Coipasa, à beira do salar de mesmo nome. Logo desanimamos, pois a vila não tinha alojamento e o hotel de sal existe estava fechado. Começamos a nos acomodar em Sabaya, preparando para trocar pneus, óleo, etc. No entanto, decidi insistir. Fui à prefeitura e uma senhora conseguiu falar com o médico de Coipasa. Ele garantiu que conseguiria alojamento. Então abortamos nossa permanência em Sabaya e seguimos para Coipasa. Chegamos ao Salar e colocamos as motos no sal. O trecho foi pequeno, mas já deu para sentir a sensação: paramos e curtimos o momento. Em Coipasa, o Dr. Willian nos conseguiu uma pessoa, um senhor, que nos alojou em um centro de visitante em construção, com duas camas, sem água (o senhor conseguiu um tambor de água). Banho? Trocamos os pneus e tudo mais. Jantamos com uma turma do local. Foi o lugar em que fomos melhor recebidos até agora. Outro dia, assistindo a um noticiário, vimos sobre uma pesquisa que, entre quase 170 países, a Bolívia foi considerada aquele que recebia pior o turista. Concordo, mas se sempre existe uma exceção à regra, Coipasa é a exceção.

Dia 8 - Em algum lugar perto do Chile

Nossa preocupação hoje era voltar para Oruro pela mesma estrada com as obras de duplicação, transito pesado e velocidade baixa. Quem diria que esse seria o menor dos problemas…Depois de uma noite agitada (nosso quarto ficava de baixo de um Karaokê), de manhã cedo saí para Tiwanacu, 30km de La Paz. O Guillermito ficou para comprar pneu para a moto dele. Fiquei 1:30h no sítio arqueológico, lembrando das viagens para o Peru e cogitando sobre a teoria de as ruínas serem vestígio de Atlantis. Na volta impressiona a visão da cordilheira atrás de La Paz. Outra coisa também chamou a atenção. A estrada quase bloqueada por uns montes de terra de cada lado da mesma. Logo liguei uma coisa à outra: havia uns dias que assistíamos no noticiário local uma manifestação em Oruro com bloqueios de ruas. Deduzi: a coisa se alastrou e estão fechando as estradas. Logo lembrei da revolta campesina da minha primeira viagem à Bolívia. O país um caos, estradas fechadas com carros destruídos, queimados e saqueados. Pessoas feridas no meio da violência. Em La Paz cheguei ao hotel e o Guillermito confirmou a manifestação de Oruro havia se alastrado. Porque a revolta? O governo queria mudar o nome do aeroporto. Como assim alguém poderia perguntar. Isso mesmo. Brincadeira...Na saída de La Paz o primeiro bloqueio com pneus queimados, entulhos, manifestantes e polícia de choque. Abastecemos e nos embrenhamos na periferia da cidade, em ruas de terra onde outros veículos procuravam um caminho alternativo. Achamos um que era controlado por uma escavadeira que cobrava “platas”para liberar a passagem por um caminho enlameado. Passamos sem pagar com as pessoas vibrando por não termos caído na lama. Saímos de volta na estrada mais à frente, porém outros bloqueios viriam. Optamos por enfrentar os bloqueios ao invés de tentarmos caminhos alternativos por estradas vicinais de terra. Separamos dois bolsos com dinheiro. Em um, nota de 50 bolivianos, no outro, dólares. O primeiro porque eu sabia que iria ter um pedágio em cada bloqueio. O segundo caso quisessem saquear as motos, para negociarmos uma liberação. No primeiro bloqueio fui conversar com o líder do bloqueio e em uma negociação rápida fomos liberados com o pagamento de um “refresco” com a nota de 50 bolivianos, além da promessa de não comentarmos nada nos bloqueios seguintes. E assim seguimos, bloqueio após bloqueio, uns cobrando outros não. Não havia a tensão da revolta da viagem anterior. Todos tranqüilos, claro com a exceção de um ou outro mais exaltado que carregava uma pedra na mão ou gritava algo. Esses, fazia a questão de cumprimentar com a cabeça, com o capacete aberto. Não tinha me dado conta, mas minha roupa preta, às vezes, era confundida com o uniforme da polícia daqui. Na estrada pessoas caminhando carregando bolsas e malas, locais e turistas, assim como filas quilométricas de caminhões. A estrada estava vazia, praticamente só nossa, mas acumulamos 2hs de atrasado. Colocamos em prática um plano alternativo. Antes de Oruro, depois de 100km de La Paz, quebramos para oeste. Uma estrada que segue para o Chile, Arica. A estrada estava livre e era quase um tapete. A paisagem é linda com montanhas nevadas, vales (rio desaguadero), etc parte do parque nacional Salama. Chegamos em Tambo Quemado, quase fronteira com o Chile e a 100km de Arica, a 4.400 metros de altitude, frio e muito vento. É um ponto de fronteira, tudo muito simples, estrutura mínima, por isso só nos resta comer e dormir. Banho? Quando já estávamos dormindo a senhora do alojamento nos chamou para guardar as motos e as bagagens que ainda estavam nelas ou poderíamos “perde-las”. Tiramos tudo e socamos (literalmente) as motos em uma entrada lateral que era um corredor.

terça-feira, 19 de março de 2013

Dia 7 - La Paz II

Hoje fizemos o passeio da Isla del Sol com uma navegação pelo Titicaca. Para voltar, passamos pelo Peru de onde se via a Cordilheira Imperial de La Paz, alta, no horizonte. Prefirimos dormir em La Paz e amanhã devemos ir para o sítio arqueológico Entramos no Peru sem o seguro. Resultado: parados na polícia na fronteira, sugeriram US$ 200,00 de “carinho” para “deixar passer”, saiu por R$ 60,00. Depois foram mais 60km dentro do país e com sorte não fomos parados em um controle no meio do caminho. Voltamos para a Bolívia por Desaguadero. A volta de Copabacana já representa o início do retorno ao Brasil. Copacabana é o lugar mais longe da viagem que chegaríamos e chegamos. Até agora foram cerca de 3.500km, muita estrada ruim, principalmente no Paraguai e sul da Bolívia. De uma forma geral muita curva na Bolívia, principalmente no sul. Duas vacas, um pneu furado, e nada demais.de Tiwanacu.

Dia 06 - Carretera de la muerte e Titicaca

Demoramos 1:30h para atravessar La Paz. Mais uma vez o GPS se valeu. Na entrada da montanha fomos parados por um posto de controle policial e aí descobrimos que a estrada estava asfaltada, ou pelo menos essa era a informação. Subimos a Cordilheira Imperial que cerca La Laz ao norte, a estrada é belíssima. Na parte mais alta chegamos a 4.700m. No local se agrupam os ciclistas que vão fazer downhill. Vários grupos. De fato a estrada era asfaltada e fomos assim até Coroico, fim da estrada que descia até 1.000 de altitude em 100km de deslocamento. No meio do caminho pegamos muita neblina e chuva. Depois descobrimos que um trecho original, de terra, estava mantido para os turistas (da estrada original, vista lá do cume, dava para ver que estava totalmente deteriorada). É um trecho menor, mas entramos nele. A estrada é bonita, com encostas verticais de centenas de metros, cachoeiras (passavamos de baixo delas com moto e tudo), mas...não é tão da morte assim. Vi estradas mais perigosas no Peru, como a estrada do Pacífico (quando passei era de terra, hoje está asfaltada). Depois de muita chuva nas montanhas, voltamos para a "civilização" onde fazia sol. Rodamos então até Copacabana (120km de La Paz, estrada boa). Atravessamos uma balsa e chegamos à noite. Fechamos um passeio para a Isla del Sol, tomei banho de toalha (só tinha água gelada no hotel - que furada!)

domingo, 17 de março de 2013

Dia 5 - La Paz

Com um dia de atraso chegamos em La Paz, na verdade em El Alto, ao lado da capital. Saímos cedo de Camargo. Uma cidade muito simpática, interiorana, com casas e sobrados de adobe, praças e ruas estreitas, ao pé de um morro. Improvisamos um café da manhã (não tinha na pousada). A estrada seguiu toda asfaltada, a informação que haveria um trecho de terra não se confirmou. Porém, logo após Camargo e antes de Oruro a estrada é só curva. Não dá para desenvolver velocidade. A estrada de Oruro para La Paz está sendo duplicada, com isso pegamos muitos desvios e obras. Outros contratempos: na Bolívia a venda de gasolina para estrangeiros é controlada e sobre taxada (até 100% - no interior escapamos da taxa, pagando R$1,00 por litro, em La Paz conseguimos por R$ 2,00). Além disso, um pouco de chuva saindo de Oruro e uma "multa" por velocidade paga no local - propina. Entre Camargo e Oruro passamos por uma paisagem linda, com a primeira montanha nevada, llamas e muito frio. Chegamos a 4.600m de altitude. Rodamos cerca de 750km, muito comparado com os dias anteriores (ontem fizemos apenas 420km). Como a ideia era dormir em Copacabana, no Titicaca, e não conseguimos, mudamos os planos de novo. Amanhã vamos para a estrada da morte, a 50km de La Paz, no sentido Coroico. Infelizmente, para chegar lá temos que atravessar La Paz: caos no transito (a Bolívia não tem muitas opções de caminhos). Será a realização de  uma aventura a muito tempo listada nas coisas a serem feitas...PS Para quem não sabe, "vaca" é quando a moto pára ou quase (não me conformo de tirar o acento) e simplesmente tomba de lado.

sábado, 16 de março de 2013

Dia 4 - Montanhas

Saímos cedo de Villa Montes. Decidimos, ao invens de seguir para o norte, na direção de Santa Cruz, irmos para Tarija na direção oeste, para as montanhas. Estrada de terra, com muitas curvas, buracos e pedras aflorando. Curvas do tipo da garagem de casa. No meio da estrada ainda surgem, do nada, uns trechos de asfalto. Mesmo assim a estrada é lenta e cansativa. Tirando o trecho inicial, que segue dentro de um vale com um rio, e a parte final, perto de Tarija, não há uma paisagem interessante. Quem procura isso não vale este trecho de estrada. Depois de Tarija a estrada é asfaltada ou quase toda. E mesmo assim assim é lenta, com muitas curvas. Fomos até 3.600m de altitude. O frio começou (ótimo) e o ar rarefeito já deu as caras. No entanto, rodamos apenas 420km em 12 horas de viagem. Pedreira, pedreira. Entramos pela porta dos fundos da Bolívia. Está 1x1: Guillermito tomou a vaca dele. Dormimos no meio do caminho, em Camargo, enquanto tinhamos planejado ficar em Potosi. Agora faltam 720 para La Paz que deveríamos ter alcançado hoje.

Dia 3 - Bolívia

Saímos mais cedo de Cruze de los Patriotas. A estrada que era ruim, piorou. Muito! Quando mais para oeste, pior. Simplesmente, os trechos de alfalto com buracos, foram dando espaço para a areia. A velocidade caiu drasticamente. Tomei uma vaca no areial, sem danos. A estrada sumiu! Em La Patria uma nova configuração da viagem: ao invens de seguir até Garay, viramos à esquerda para infante Rivarola. A estrada até Garay era impossível. Detalhe: até a fronteira eram 240km e apenas lá, em La Patria, ficamos sabendo "por acaso" que a migração tinha que ser feita aí e não na fronteira. Todos falaram com a estrada para infante era boa. Realmente, comparada com a que vínhamos era, mas ainda tinha buracos que reduziam a velocidade. Não vimos um simples carro durante todo o trajeto. Entramos na Bolívia, estrada nova, mais ou menos...Depois de alguns quilômetros a estrada acabava. Seguia uma estrada inacabada com várias barreiras no percurso. Estas contornadas por desvios improvisados. Serguimos por ela, mais uma vez com velocidade reduzida devido à obras e desvios. Chegando em Villa Montes começou uma garoa. Dormimos na cidade, chegando umas oito horas da noite. Foi a primeira janta de verdade da viagem.

dia 2 - Paraguai

Saímos do hotel em Posadas por volta das 8 da manhã. Aproveirtando os preços do Paraguai e com a indicação de outros motoqueiros que conhecemos na noite anterior, fomos ao comércio em Encarnación. Atravessamos a ponte e encontramos a loja indicada. No entanto, ficamos duas horas e só conseguimos trocar os pneus dianteiros, não conseguimos os traseiros e a troca do óleo das bengalas da moto do Guillermito. Resultado, fomos pegar estrada tarde. Até Assunção a estrada é boa, mas com muito movimento de caminhões. Na capital paraguaia o GPS salvou. Ele arrumou um caminho evitando o centro da cidade que passava apenas pela periferia. Mesmo assim ficamos quase duas horas para atravessar a cidade. De Assunção para o norte o pais "acaba". Estradas retas e planas e nenhuma cidade. A idéia era dormir em Mariscal, mas era impossível pelo tempo e quilometragem. A opção ficou sendo Pozo Colorado, mas também chegamos lá cedo, por volta das seis da tarde. Decidimos ir até Cruze de los Patriotas, mais uns 80 km. A estrada, que até então era boa, acabou. Alternando o pavimento retirado e buracos, além do movimento de caminhões. A quilometragem também nos foi passada errada e os 80 viraram quase 140. Chegamos à noite, umas nove horas, depois de pagar alguma propina para uns guardas em uma blitz. O Cruze é bem precário. O hotel faltava água, etc, etc.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Viagem NHD 2013 - Bolívia

Preparativos e Primeiro dia de viagem.
Como sempre um monte de detalhes da viagem ficaram para a última hora. Não dá tempo de preparar tudo com antecedencia. Na terça fui para Porto Alegre e ainda encaixei uma reunião de trabalho na hora do almoço. Passei o resto do dia tentando conseguir mapas para o GPS (estréia). Consegui alguns do Brasil e Argentina, mas nada do Paraguai ou Bolívia.
O Guilhermito (estamos viajando de novo) teve problemas com o documento da moto e não podumos sair na quarta de manhã cedo, como queríamos. Na quarta fomos atrás do documento e algumas coisas a mais.
Saímos de Caxias por volta das 11 da manhã. Mais uma vez, pelo terceiro ano consecutivo, com chuva. Viajamos pela serra, com muito trânsito, sempre debaixo de água, por uns 400km. Por fim, tínhamos que pegar uma balsa para a Argentina cuja última viagem era às 5:30 da tarde. A velocidade subiu para 150km/h e chegamos faltando 10 minutos para a saída da balsa. Enfim, um dia tranquilo, com tudo certo, sem problemas nos 700km que rodamos. Vamos dormir em Posadas/AR, primeira parada de três até chegarmos nas montanhas do altiplano. Gostei do GPS.