sexta-feira, 22 de março de 2013

Dia 10 - Uyuni




Hoje foi o dia mais esperado da viagem – Salar de Uyuni. Saímos 8:00h de Coipasa (continua a mais receptiva). Voltamos à estrada que logo virou para o campo de sal em um local próximo a uma salina. O piso do salar não é homogêneo. Nas suas margens tem água, às vezes como um espelho d’água sobre o sal, mas quase sempre como um atoleiro, uma massa escura sob o sal. No meio tem o sal liso ou irregular, ou como uma retícula com formas geométricas, ou ainda montes, quase lâminas, de sal solto ou compacto como pedra. Atravessamos o Salar de Coipasa, surgiu a expressão: faça seu caminho. Sem estrada, caminho marcado, nada. Apenas um morro de referência do outro lado onde deveríamos chegar pelo sal. Saímos do sal rumo a LLica, já no Uyuni. Estrada ruim com muita costela. Chegamos a Llica às 12:00hs. Conseguimos comprar gasolina (mercadinho), água e algo para comer. Para sair ou entrar em um salar é meio copmplicado, tem que achar o caminho certo ou atola. E aí se perde um certo tempo. Nessa, o placar-vaca está 1X2 (Guillermito tombou no atoleiro que circunda o salar). Fomos seguindo a estrada (marcas no sal) até que me deu conta que não era isso, tínhamos que entrar naquele deserto branco, desgarrando da nossa referência visual das margens. Como tinha estudado a geografia antes da viagens (obrigado Google Earth) logo reconheci a Isla del Pescado, entre outros marcos. Apontamos as motos para lá, cerca de 70km e aceleramos. De repente estávamos no meio do sal, este seco e plano. Na Isla tive que conferir com bússola e mapa a próxima parada, outra isla, mas bem turística, cerca de 40km. Nela paramos, comemos algo. Aí já era possível ver o outro lado do salar (antes não se via). Novamente bússola e mapa, marcamos um ponto na paisagens e nos dirigimos para ele. No caso um pueblo que é a saída do salar. Seguimos mais 120km, mas agora alternando água, irregularidade do terreno e marcas eventuais de pneus. Eventuais porque fizemos nosso caminho, da isla seguem inúmeras rotas marcadas no sal. Não tem como se perder (ou não). Como estava muito fácil, tentamos ir para a cidade de Uyuni sem passar pela saída normal do salar. Pegamos água, toleiros e tivemos que voltar para a saída. Aí quase demos espetáculo para os turista na chegada, novamente pegando o caminho mais difícil. Por fim, fora do salar, mais 40km de estrada ruim e chegamos a Uyuni às 18:00. Atravessar o salar foi uma experiência especial, com certeza está entre os melhores trechos que já fiz de moto. O risco é menor do que esperava. Gasolina, água, GPS, mapa e bússola, um estudo prévio do local e pronto! Só não pode vacilar. Na cidade mais dificuldade para conseguir gasolina, mas enchemos o tanque para amanhã continuar no deserto. Hoje, para compensar ficamos em um bom hotel, com direito a banho quente de primeira!