terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Dia 5 - Paso San Francisco

Neste dia tivemos novidades e uma guinada na viagem...A noite em Fiambalá foi agitada com uma festa de regaeton. Saimos por volta de 8:30h (o café da manhã nas pousadas é sempre tarde). Passamos pelo hotel cortado (90km) que é bem grande e provavelmente tinha vaga para dormirmos. Em seguida chegamos ao controle de fronteira argentino que fica a 20km da fronteira. Tudo asfaltado. A paisagem é fantastica com picos nevados e vales. Passamos para o Chile que começa com rípio na fronteira. A estrada está em obras, por isto o rípio estava relativamente ruim. O trecho até o controle de fronteira chinelo está sendo asfaltado. Provavelmente até o final de 2018 a obra estará pronta. A idéia era dormir junto da laguna verde, em um refúgio dos carabineiros chilenos. Mas achei o lugar abandonado demais, sem camas ou calefação. Seguimos mais à frente em busca de outros abrigos, mas não existe nenhum. O asfalto começou 25km depois da laguna verde. Em um vale pegamos neve na estrada! E aí os indícios da guinada que estava por vir...Chegamos ao controle de fronteira e consegui um alojamento para dormirmos na montanha. Fizemos os procedimentos, guardamos as motos e dei uma caminhada até um salar próximo (espetácular). O visual era de sol se pondo à oeste e neve caindo nas montanhas à leste. Quando retornei ao controle tudo havia mudado. Havia chegado uma ordem de evacuação do local: todos deveriam descer a montanha para a cidade mais próxima ou Copiapó. Além de nós, havia mais três motoqueiros e dois carros com famílias. Foi um momento tenso e de discussão com a guarda, mas a ordem estava dada. A preocupação era viajar à noite 180km de estrada de rípio ruim (bem ruim). Por sorte, um dos motoqueiros conhecia uma estrada melhor que segue para Diogo de Almagro. Esta também de rípio, mas bem compacto, com poucos trechos frouxos ou com buracos (íamos até a 80 ou 100 km/h). Montamos uma caravana (dos renegados), saímos com o por do sol e continuamos à noite por quatro horas. Apesar da tensão inicial, a aventura acabou sendo divertida - o grupo era bom, alguns hermanos de ruta, e deu para relembrar o que é viajar em cinco motos. Dorminos todos em um hotel que era um galpão com placas de compensado, banheiro coletivo.