sexta-feira, 22 de março de 2013

Dia 9 - Salar de Coipasa




Saímos apenas às 9:00. Tivemos que reequipar as motos, tirá-las do beco. Ainda tomamos um esporo de uma senhora. Parece que o beco era a entrada da casa dela. Então ela ficou presa em casa até sairmos. O café da manhã foi no quarto com o que tínhamos comprado na noite anterior. Em frente ao alojamento uma fila de caminhões se formou, com eles buzinando à La Paz, para entrar no Chile. Depois de desviar dos caminhões entramos na estrada do dia com destino à Huachacalla. Neste trecho o GPS não tinha as estradas de terra. No início estrada ampla, 80-100km/h, ainda dentro do parque Sajama. Depois de Chachacomani começou a piorar até Macaya, mas o visual era incrível. A estrada tem uma sinalização com indicação dos destinos básica, tivemos que parar muito para olhar mapas e pedir informações. No percurso não cruzamos com um veículo, encontramos pouquíssimas pessoas, mesmo nas vilas, quase tudo deserto. Passamos por Cruzani onde a estrada chegou no seu ponto pior, perto de dunas e de um salar pequeno, quase sumia. Depois chegamos a Juni onde chega uma estrada nova de terra, terraplanada. Depois passamos por Khotasi e Khea Kheani onde parei para me informar, pois há um entroncamento, direto segue para Sabaya, à esquerda para Huachacalla, com quilometragem menor. Depois de 4:30h e 140 km chegamos ao nosso destino. Não tinha gasolina na cidade, a indicação de posto no mapa estava certa, mas o mesmo está desativado. Partimos para Sabaya a 30km, da estrada ainda víamos as montanhas de Sajama enquanto atravessávamos um pequeno salar. Compramos gasolina, inclusive enchemos garrafas, para partir para o deserto, afinal ainda era 16:00. Planejamos ir até Coipasa, à beira do salar de mesmo nome. Logo desanimamos, pois a vila não tinha alojamento e o hotel de sal existe estava fechado. Começamos a nos acomodar em Sabaya, preparando para trocar pneus, óleo, etc. No entanto, decidi insistir. Fui à prefeitura e uma senhora conseguiu falar com o médico de Coipasa. Ele garantiu que conseguiria alojamento. Então abortamos nossa permanência em Sabaya e seguimos para Coipasa. Chegamos ao Salar e colocamos as motos no sal. O trecho foi pequeno, mas já deu para sentir a sensação: paramos e curtimos o momento. Em Coipasa, o Dr. Willian nos conseguiu uma pessoa, um senhor, que nos alojou em um centro de visitante em construção, com duas camas, sem água (o senhor conseguiu um tambor de água). Banho? Trocamos os pneus e tudo mais. Jantamos com uma turma do local. Foi o lugar em que fomos melhor recebidos até agora. Outro dia, assistindo a um noticiário, vimos sobre uma pesquisa que, entre quase 170 países, a Bolívia foi considerada aquele que recebia pior o turista. Concordo, mas se sempre existe uma exceção à regra, Coipasa é a exceção.